Doces do Brasil
Os doces do Brasil surgiram no período colonial, em especial a partir do século XVIII com a instalação em larga escala dos engenhos de açúcar no país.[1][2]
Antes da instalação dos engenhos, as primeiras sobremesas legitimamente brasileiras foram as frutas tropicais, tais como manga e carambola, regadas a mel. A banana com laranja foi a principal sobremesa durante o início do período colonial; podendo-se destacar ainda, nesta época, a goiabada, a cajuada, a bananada, a cocada, a tapioca e o merengue, sendo populares também a banana assada ou frita com canela.
A partir do advento do açúcar, surgiu a calda e, com ela, as compotas de frutas que eram descascadas e cozidas pelos escravos.[2] Os religiosos portugueses mantiveram as receitas à base de ovo que preparavam em seu país de origem, mas acrescentando ingredientes brasileiros.[2] Assim surgiram doces como quindim, papo-de-anjo, ambrosia,[2] bom-bocado, manjar e pudim. A utilização dos ovos se dava devido ao fato de que Portugal foi o principal produtor da Europa entre os séculos XVIII e XIX.[1]
A partir desse momento, em cada região do país foram se desenvolvendo receitas típicas de acordo com o alimento que era encontrado em abundância em cada lugar.[2]Assim, o hábito de se comer determinados tipos de doce passou a fazer parte dos costumes locais, fazendo das sobremesas parte importante da culinária brasileira.[2]
Nordeste[editar | editar código-fonte]
Polo da industria canavieira durante o período colonial, a Região Nordeste traz doces que variam entre feições africanas e portuguesas:
- Baba de moça: preparada a partir de gema de ovos, leite de coco, açúcar e água de flor de laranjeira;[3]
- Beijinho: feito a partir da mistura de leite condensado, manteiga e coco ralado e tradicionalmente decorado com cravo-da-índia.[4][5]
- Cajuzinho: preparado a partir da mistura de amendoim, açúcar e chocolate.[6]
- Canjica: feita a partir de milho verde ou branco, leite e açúcar. Ingredientes opcionais incluem amendoim e leite-de-coco.
- Doce de caju: preparado a partir da mistura de caju, açúcar e cravo-da-índia;[7]
- Rapadura: provavelmente o doce nordestino mais famoso é feito a partir do caldo da cana após moagem, fervura, moldagem e secagem.
Centro-Oeste[editar | editar código-fonte]
Os doces sofrem varias influências, especialmente dos indígenas:
- Doce de pequi: leva pequi, açúcar e leite;
- Melado de Tacho: mói-se cana, faz-se melado grosso e come-se com queijo polvilhado com farinha de mandioca;
- Balas de Café : popular em Góias, é feita com açúcar,café,leite,trigo e mel
Norte[editar | editar código-fonte]
Embora rica gastronicamente, não é famosa pelos seus doces, a maioria oriundos da culinária portuguesa. Podemos destacar, entretanto, os seguintes doces:
- Bala de Maná Cubiu com Mangarataia: feita com uma fruta nativa da região, o maná cubiu, leva também gengibre (conhecido lá como mangarataia) e açucar.
- Doce de Buriti: feito de buriti, açúcar e cravinho
- Tapioca : preparada a partir da mistura de fécula de mandioca com coco ralado, entre outros ingredientes como chocolate, sorvete ou mel.[8] Também pode ser salgada, dependendo dos ingredientes acrescidos a seu recheio.[8]
Sudeste[editar | editar código-fonte]
Abrigando a mais famosa culinário do país, a mineira, a região sudeste é berço de inúmeros doces, como por exemplo:
- Brigadeiro: Uma história popularizada sobretudo a partir dos anos 1980[2] afirma que o nome seria uma uma homenagem ao brigadeiro Eduardo Gomes[3], liberal, de físico avantajado e boa aparência. Nos anos de 1946 e 1950, o militar se candidatou à presidência da República pela UDN. O candidato conquistou um grupo de fãs do Pacaembu, bairro de São Paulo, que organizaram festas para promover sua candidatura. O doce teria sido criado durante a primeira campanha do candidato à presidência, pela conservadora UDN, logo após a queda de Getúlio Vargas. A guloseima feita de leite, ovos, manteiga, açúcar e chocolate tanto agradou que, numa das festas de campanha, foi feito o doce para arrecadar fundos e acabou ganhando o gosto da população.
- Chuvisco: doce tradicional de Campos dos Goytacazes,[9] feito a partir de ovos, açúcar, farinha de trigo, manteiga e essência de baunilha.[10]
- Paçoca de Amendoim: muito popular em São Paulo, especialmente na Região do Vale do Paraíba, é típica das festas da Semana Santa e junina. É feita com amendoim, farinha de mandioca e açúcar.
- Pé-de-moleque: feito com açúcar ou rapadura e fragmentos de amendoim torrado. A origem do nome é curiosa: segundo a tradição popular, as doceiras colocavam o doce na sacada das janelas para esfriar e os "moleques" viam e comiam o doce escondidos. Ao se darem conta, elas gritavam: Pede, moleque!. Outra versão popular é a de que o doce é uma referência ao calçamento de pedras, típico das cidades históricas de Minas Gerais.
- Cural: leva milho verde, manteiga, açúcar e canela em pó; sendo típica das Festas Juninas.
- Doce de Abóbora com Coco: muito popular no Rio de Janeiro. Leva abóbora, açúcar, cravo-da-india, canela e coco.
- Pamonha: típica do interior paulista, com destaque para as famosas Pamonhas de Piracicaba.
Sul[editar | editar código-fonte]
Fortemente influenciado pelos imigrantes europeus, em especial os alemães e italianos
- Pão de Cuca: Típica dos Gaúchos. Leva Trigo, açúcar, leite em pó, raspas de limão entre outros;
- Doce de Pinhão: Doce do Paraná, feito com pinhão, bolacha maisena, manteiga e açúcar;
- Torta de Maça Alemã: Trazida pelos alemas e também chama de apfelstrudel; leva maçã, canela, passas, nozes entre outros.
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ ab Dalla Bona, Fabiano. (1 de janeiro de 2011). "Bendito doce". Revista de História da Biblioteca Nacional. Acesso em 4 de janeiro de 2011.
- ↑ ab c d e f "Doces do Brasil". Manequim. Acesso em 12 de junho de 2011
- ↑ receita de baba-de-moça
- ↑ História do Beijinho
- ↑ Receita de beijinho
- ↑ [1]
- ↑ Receita de doce de caju
- ↑ ab Receita de tapioca
- ↑ [2]
- ↑ Receita de chuvisco
ok.com/receitasbrasileiras/doce_de_caju.html
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