Estudo revela detalhes sobre os hábitos do mosquito da dengue
Ataques do Aedes Aegypti acontecem com hora marcada.
Só em Belo Horizonte, houve aumento de 70% de casos da doença.
O número de casos de dengue no Brasil subiu 190%, segundo o último balanço do Ministério da Saúde. Até o dia 16 de fevereiro, 204.650 casos foram notificados. Só em Belo Horizonte, houve um aumento de 70% na última semana. Em meio a este surto, estudo realizado na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela detalhes importantes dos hábitos do Aedes Aegypti.
Segundo a pesquisa, o mosquito é um inseto com hábitos diurnos e somente a fêmea transmite a doença. “A fêmea é maior e a olho nu dá pra gente observar uma diferença na antena. No macho, a antena é bem peludinha”, afirma Kelly Paixão, pesquisadora do laboratório de parasitologia da UFMG.
Os pesquisadores constataram também que os horários dos ataques acontecem entre 7h30 e 10h e entre 15h30 e 19h. O Aedes Aegypti não gosta de muito de calor e, por isso, se esconde nas horas mais quentes do dia.
O mosquito da dengue voa baixo, em média 1,20 metro de altura. Como ele pica principalmente do joelho até os pés, é importante passar bastante repelente nesta área do corpo nos horários em que mais ataca.
A orientação é passar o repelente de hora em hora, mesmo se estiver usando calça comprida. “A peça que o inseto usa pra chegar até o vaso sanguíneo e sugar sangue consegue atravessar o tecido. Então, mesmo usando uma calça jeans, o inseto consegue picar”, alerta a pesquisadora.
A pessoa com dengue não pode achar que quando os sintomas diminuem, a doença está controlada. Passados de três a cinco dias dos primeiros sintomas, a doença pode evoluir para a forma mais grave.
Se o paciente sentir calafrio, dormência nas mãos, mesmo sem febre, deve procurar imediatamente um posto de saúde. “A pessoa pode ter vômitos frequentes, com presença ou não de sangramentos, manchas na pele e nas unhas. Em crianças, pode haver irritabilidade e sonolência”, explica a infectologista Tânia Marcial.
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