domingo, 6 de março de 2016


Golfinho

Os golfinhos ou delfins são animais cetáceos pertencentes à famíliaDelphinidae. São perfeitamente adaptados para viver no ambiente aquático, sendo que existem 37 espécies conhecidas de golfinhos dentro de água salgadaágua doce. A espécie mais comum é a Delphinus delphis.
São nadadores privilegiados, às vezes, saltam até cinco metros acima da água, podem nadar a uma velocidade de até 40 km/h e mergulhar a grandes profundidades. Sua alimentação consiste basicamente de peixes e lulas. Podem viver de 20 a 35 anos e dão à luz um filhote de cada vez. Vivem em grupos, sãoanimais sociáveis, tanto entre eles, como com outros animais e humanos.
Sua excelente inteligência é motivo de muitos estudos por parte dos cientistas. Em cativeiro é possível treiná-los para executarem grande variedade de tarefas, algumas de grande complexidade. São extremamente brincalhões, pois nenhum animal, excepto o homem, tem uma variedade tão grande de comportamentos que não estejam diretamente ligados às atividades biológicas básicas, comoalimentação e reprodução. Possuem o extraordinário sentido de ecolocalização ou biossonar ou ainda orientação por ecos, que utilizam para nadar por entre obstáculos ou para caçar suas presas.

Predadores[editar | editar código-fonte]

Os predadores dos golfinhos são os cachalotes, os grandes tubarões e principalmente o homem. Os pescadores de atuns, costumam procurar por golfinhos, que também os caçam, ocasião em que ocorre uma protocoperação. O golfinho encontra o cardume e os pescadores jogam as redes aprisionando os peixes e deixam os golfinhos se alimentarem para depois puxarem as redes. Desse modo, ambas as espécies se beneficiam do alimento. Porém, muitas vezes, os golfinhos acabam se enroscando nas redes, podendo morrer.
O comprimento das redes, além do necessário, assim como a poluição, também aumentam a predação.[1]

Pesca de golfinhos[editar | editar código-fonte]

Em muitos locais do mundo os golfinhos são pescados, sendo o Japão um dos principais países onde esta prática se mantém, embora os animais "pescados" neste país seja muitas vezes vendidos para outros países, principalmente China eEstados Unidos.
O principal motivo desta pesca é para alimentação, como um substituído para a carne de baleia, quando estas começaram a se tornar raras. Porém muitos golfinhos e orcas também são capturados para se tornarem "atrações" em parques aquáticos, sendo que muitos pescas são organizadas para este fim. Porém, mesmo nestas pescas que procuram capturar animais vivos, muitos golfinhos acabam mortos ou feridos, devido as técnicas usadas na captura, além disso, os animais que não servem para se tornarem "atrações" nos parques, acabam sacrificados para serem vendidos como carne de baleia. E mesmo os que "sobrevivem" a pesca, não estão garantidos, pois muitos não se adaptam à vida em cativeiro e acabam adoecendo ou mesmo morrendo, além de que a maioria dos parques marinhos não tem condições de suprir todas as necessidades destes animais.
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos também demonstrou que a longevidade destes animais decai muito em cativeiro. Para piorar a situação, a reprodução deles em cativeiro é quase impossível, o que torna a pesca de golfinhos "indispensável".
Entre 700 e 1,3 mil toninhas morrem anualmente em redes de pesca no estado brasileiro do Rio Grande do Sul e noUruguai, segundo dados do Instituto de Oceanografia da FURG. Ameaçadas de extinção, elas estão classificadas como vulneráveis na lista vermelha da (IUCN).[1]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Os golfinhos são caçadores e alimentam-se principalmente de peixe. Muitos deles caçam em grupo e procuram os grandescardumes de peixes. Cada espécie de peixe tem um ciclo anual de movimentos, e os golfinhos acompanham esses cardumes e por vezes parecem saber onde interceptá-los, provavelmente conseguem estas informações pela excreções químicas dos peixes, presentes na urina e nas fezes.

Ecolocalização[editar | editar código-fonte]

Ilustração animada da ecolocalização
Detalhes da anatomia – Legenda: Verde: Ossos do crânio, Azul: Espermacete ou Melão, Branco: Espiráculo
O golfinho possui o extraordinário sentido da ecolocalização, trata-se de um sistema acústico que lhe permite obter informações sobre outros animais e o ambiente, pois consegue produzir sons de alta frequência ou ultrassônicos, na faixa de 150 kHz, sob a forma de cliques ou estalidos. Esses sons são gerados pelo ar inspirado e expirado através de um órgão existente no alto da cabeça, os sacos nasais ou aéreos. Os sons provavelmente são controlados, amplificados e enviados à frente através de uma ampola cheia de óleo situada na nuca ou testa, o Melão, que dirige as ondas sonoras em feixe à frente, para o ambiente aquático. Esse ambiente favorece muito esse sentido, pois o som se propaga na água cinco vezes mais rápido do que no ar. A frequência desses estalidos é mais alta que a dos sons usados para comunicações e é diferente para cada espécie.
Quando o som atinge um objeto ou presa, parte é refletida de volta na forma de eco e é captado por um grande órgão adiposo ou tecido especial no seu maxilar inferior ou mandíbula, sendo os sons transmitidos ao ouvido interno ou médio e daí para o cérebro. Grande parte do cérebro está envolvida no processamento e na interpretação dessas informações acústicas geradas pela ecolocalização.
Assim que o eco é recebido, o golfinho gera outro estalido. Quanto mais perto está do objeto que examina, mais rápido é o eco e com mais frequência os estalidos são emitidos. O lapso temporal entre os estalidos permite ao golfinho identificar a distância que o separa do objeto ou presa em movimento. Pela continuidade deste processo, o golfinho consegue segui-los, sendo capaz de o fazer num ambiente com ruídos, de assobiar e ecoar ao mesmo tempo e pode ecoar diferentes objetos simultaneamente.
A ecolocalização dos golfinhos, além de permitir saber a distancia do objeto e se o mesmo está em movimento ou não, permite saber a textura, a densidade e o tamanho do objeto ou presa. Esses fatores tornam a ecolocalização do golfinho muito superior a qualquer sonar eletrônico inventado pelo ser humano.A temperatura dele varia com a da água 28 a 30 °C.

Comportamento social[editar | editar código-fonte]

Os golfinhos são mamíferos sociais. Um método historicamente utilizado para avaliar as relações sociais em animais não-humanos é calcular os coeficientes de associação entre os indivíduos. Estes índices de associação são baseados na quantidade de tempo que dois golfinhos passam juntos contra aparte. Mas, estes valores podem não representar com precisão a qualidade de uma relação entre dois indivíduos. A qualidade das relações sociais em animais provavelmente será composta de várias dimensões diferentes, ou seja o valor, compatibilidade e segurança [2] . Valor do relacionamento refere-se a benefícios obtidos como resultado da relação direta, medidas de compatibilidade a nível de tolerância que existe entre dois indivíduos e à natureza geral das interações sociais, e medidas de segurança a compatibilidade das interações de um par ao longo do tempo [3] . Quantificar os contatos entre indivíduos de uma espécie em particular nas categorias de filiação ou agonista, bem como examinar a resposta abordagem pode ajudar a indicar as dimensões de valor, compatibilidade e segurança[4] . Padrão e métodos de Fraser foram adaptados para um estudo mais abrangente do comportamento de golfinhos e interações, focando no Golfinho-pintado-do-atlântico (Stenella frontalis) ao redor de Bimini, nas Bahamas, e golfinhos roazes (Tursiops truncatus) em RIMS, Roatan, Honduras, para entender e caracterizar a qualidade das relações sociais entre os golfinhos. Muitos pesquisadores concordam que os golfinhos são criaturas extremamente sociais e realmente dependem dessa interação para a caçaacasalamento e defender-se e a seus respectivos grupos[5] . Normalmente, os golfinhos vivem e viajam em grupos que variam 2-40 golfinhos. Mas os cientistas descobriram grupos golfinho com várias centenas de membros. Estes grupos são realmente chamados rebanhos ou escolas. Em alguns casos, estes grupos maiores têm sido conhecidos de modo a incluir mais do que uma espécie que parecem interagir bem juntos. As espécies que normalmente associadas neste grupo multiespécies são a golfinho-rotador e os golfinhos pintados. Como os hábitos alimentares dessas duas espécies são completamente opostos, elas são capazes de viajar juntos sem competir por comida[6] .
Assim como os humanos, os golfinhos encontram-se entre as inúmeras[7] espécie que também mantêm relações sexuais por prazer.[8] [9] [10]

Sono[editar | editar código-fonte]

Os golfinhos por serem mamíferos e apresentarem respiração pulmonar devem constantemente realizar a hematose a partir do oxigênio presente na atmosfera, tal fato obriga os golfinhos e muitos outros animais aquáticos dotados de respiração pulmonar a subirem constantemente à superfície. Uma das consequências desta condição é o sono baseado no princípio da alternação dos hemisférios cerebrais no qual somente um hemisfério cerebral torna-se inconsciente enquanto o outro hemisfério permanece consciente, capacitando a obtenção do oxigênio da superfície.

Géneros e espécies[editar | editar código-fonte]

Golfinho-de-Hector (Cephalorhynchus hectori)
Delfim-comum (Delphinus delphis)
Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus)
Golfinho-pintado-pantropical (Stenella attenuata)
Golfinho-do-crepúsculo (Lagenorhynchus obscurus)
Orca (Orcinus orca)
Nota: Alguns membros da família dos golfinhos são designados popularmente como baleia ou boto; por outro lado, há golfinhos que não pertencem à famíliaDelphinidae, como por exemplo o golfinho do Ganges.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. ↑ Ir para:a b Redes de pesca matam entre 700 e 1,3 mil toninhas ao ano - O Estado de S.Paulo, 15 de março de 2010 (visitado em 15-3-2010)
  2. Ir para cima First record of Fraser’s dolphin Lagenodelphis hosei for the Dutch Caribbeanpor Richard H. Witte1 et al publicado na Marine Biodiversity Records, pg. 1 a 4. Ed. Marine Biological Association of the United Kingdom de 2012 (doi:10.1017/S1755267212000279; Vol. 5; e46)
  3. Ir para cima Fraser & Bugnyar, 2010
  4. Ir para cima Scientists reveal dolphins' diplomatic social behaviour por Bruno Diaz em 28-jun-2010
  5. Ir para cima DOLPHIN SOCIAL STRUCTURE
  6. Ir para cima Dusky dolphin (Lagenorhynchus obscurus) feeding tactics and multi-species associations por Robin L. Vaughn et al no Jornal "New Zealand Journal of Marine and Freshwater Research" (N Z J MAR FRESHWATER RES 01/2007; 41(4). DOI: 10.1080/00288330709509929)
  7. Ir para cima Animais têm prazer no sexo. "Isto É", Edição n. 1912 de 14 de junho de 2006. Endereço eletrônico acessado em 28-11-2015: http://www.istoe.com.br/reportagens/23129_ANIMAIS+TEM+PRAZER+NO+SEXO
  8. Ir para cima Não somos a única espécie que faz sexo por prazer
  9. Ir para cima 6 fatos assustadores sobre golfinhos
  10. Ir para cima Sexy Beasts and Devoted Mums: Narrating Nature through Dolphin Tourism (em inglês)
  11. Ir para cima "http://dx.doi.org/10.1644/1545-1542(2002)083%3C0125:SSASDI%3E2.0.CO;2". DOI:10.1644/1545-1542(2002)083%3C0125:ssasdi%3E2.0.co;2.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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